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sexta-feira, 2 de março de 2012

Brechas de Sol


A chuva batia na janela, cada vez mais forte. Resolvi abrir as cortinas e ficar olhando a chuva cair. De alguma forma, dava-me uma sensação de calmaria... Esta era uma das coisas de que eu não tinha mais posse. 
Observei cada gota cair e molhar o vidro. Não tinha nem percebido que havia passado tanto tempo que havia me sentando ali para olhar a chuva. Esta foi parando, e parando... e chegou uma hora em que o céu estava nublado. Fiquei um pouco triste. Estava sendo tão bom observá-la. Por que ela resolveu acabar? 
Então uma brechinha de Sol começou a aparecer no céu. Resolvi abrir a janela e um ventinho frio me causou arrepios. Nossa, há tempos eu não sentia o ar bater sobre a minha pele. Passei meses apenas dentro do quarto, sem me comunicar com ninguém. Talvez eu estivesse em depressão.
Será que com a dor acontece dessa forma? Será que ela é como a chuva? Começa, fica lá por um bom tempo... meses, anos. Mas será que, em alguma hora, as brechas da felicidade aparecem? Será que um dia o sofrimento irá embora e coisas boas acontecerão?
Comecei a me lembrar de coisas que deveriam não importar mais para mim. De repente, senti a frieza em meu coração chegar e gelei. Deitei-me na cama e adormeci. Sonhei que era feliz... Quem sabe um dia a chuva passasse e as brechas de Sol saíssem. Estava decidida a esperar por essa dia, por mais que ele demorasse. Um dia, eu haveria de ser feliz. Um dia!

Thaianny Melo

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