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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O último adeus.


A pior hora havia chegado: a hora de dizer adeus. Doía mais ainda saber que eu tinha tantas coisas a dizer, mas não podia. Permanecemos em silêncio. Não havia mais nada a ser dito, todos aqueles sonhos, os desejos, os carinhos, o amor... tudo estava indo embora. Eu estava olhando para baixo, portanto não sabia como estava a sua expressão. Então, de repente, ele me abraçou. Não podia mais aguentar, as lágrimas queriam sair, havia um nó enorme na minha garganta. Mas, como sempre, fiz-me forte, só um pouquinho mais, e segurei as lágrimas. Não, eu não podia demonstrar fraqueza. Porém era assim que eu me sentia em seus braços: uma fraca. Eram tão quentes, tão aconchegantes, tão... Eu me sentia tão frágil. O pior de tudo era saber que aquele seria o último. Doeu muito.
Não queria soltá-lo. Queria congelar tudo, até mesmo ele. Então eu ficaria ali por anos, décadas, por toda a eternidade. Soltaria-me apenas para tocar o seu rosto e olhar em seus olhos, bem lá no fundo deles. Depois fecharia os meus e o beijaria. Aí então, mesmo sem querer, eu o deixaria ir. Talvez não houvesse mais jeito. Tentei dizer isso a mim mesma muitas vezes, mas meu coração nunca quis me entender. Nunca consegui realmente entender que era preciso dar adeus. Eu não queria. Eu o amava com todas as minhas forças. 
Ficamos um bom tempo abraçados. Eu não queria vê-lo me soltando, então resolvi soltá-lo primeiro. Quando nos separamos, olhei em seus olhos, mas novamente abaixei a cabeça. Não queria que ele visse nos meus aquilo que estava dentro de mim, que eu queria dizer, mas não tinha forças suficientes. Então disse apenas um  "se cuida". Ele me disse o mesmo. E eu fui embora. Não quis olhar para trás, não quis ter a lembrança da vez que o vi partir. Não resisti e olhei. Ele estava indo embora para sempre da minha vida. Aí sim as lágrimas vieram, cheias, quase queimando todo o meu rosto. Fui embora com o pensamento de que tinha de aprender a viver sem ele. Embora doesse, e fosse algo torturante, eu tinha de seguir sem ele.

Thaianny Melo

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