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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Pour toute l'éternité.


Era uma noite fria de sábado. Eu peguei o meu violão e fui com ele até a varanda, sentei-me no chão e resolvi tocar alguma canção. Olhei aquele céu que estava tão lindo. A lua estava enorme. Ela, com seu brilho maravilhoso, conseguia iluminar as árvores, as casinhas que, de onde eu estava, ficavam tão longe. Então me vieram as lembranças. Eu não sei como elas podiam doer tanto, mesmo com o tempo que já se passou. É como se, ao me lembrar dele, o meu coração partisse ao meio. Ou como se me dessem um soco no estômago. Em um momento, lágrimas já estavam molhando a minha face. Não, eu não queria sentir toda aquela dor novamente. Mas não dava para evitar. Não dá para evitar algo que está dentro de mim. Então eu olhei novamente aquele céu. E as imagens vieram nítidas...
Nós estávamos sentados neste mesmo lugar. Também era uma noite fria. E eu estava quase tremendo de frio. Ele me esquentou em seus braços. Nunca soube entender como ele podia fazer com que eu o amasse a cada minuto que se passava. Quando eu olhava para ele, era como se uma chama explodisse dentro de mim. Nós conversávamos coisas idiotas, ele era perfeito. Isso mesmo: perfeito. Eu me sentia segura ao seu lado, me sentia tão bem. Eu falava tudo da minha vida: os meus problemas, as minhas angústias, tudo! E ele compreendia tão bem. Na verdade, às vezes ele nem opinava. Mas ficava calado, ouvindo tudo o que eu tinha a dizer. Eu nunca achei ninguém que pudesse me fazer tão feliz quanto ele tinha feito. Afinal, ele foi o amor da minha vida. E eu seria capaz de fazer qualquer coisa por ele. Qualquer coisa. Nunca deixaria que encostassem sequer um dedo nele. Eu o protegeria contra tudo e contra todos. Eu seria capaz de me jogar na frente de um trem por sua causa. Sabe por quê? Porque eu o amava. E o meu sentimento era verdadeiro. Nunca disse-lhe nenhuma palavra que pudesse ter algum sinal de mentira.
Você olhou para mim naquele instante. Me beijou. Foi um beijo lindo. Você acariciou o meu rosto. Em seguida, deitou no meu colo e eu alisei os seus cabelos macios e negros. Contei as minhas histórias que você tanto gostava. Depois nos sentamos novamente e eu adormeci em seus braços. Você cuidou de mim, não deixou que eu sentisse frio.
Eu acreditei em você para, no fim, descobrir que tudo não passava de uma grande ilusão. Você foi embora. Nem se importou em dizer adeus. Não se importou comigo. Só disse adeus e pronto. Nunca sentiu um verdadeiro sentimento por mim. Na verdade, você deve ter achado que eu era uma idiota, não é mesmo? Cada segundo parecia uma eternidade. Eu não conseguia pensar em nada, a não ser você. A dor me consumia.
E aqui, sentada neste lugar, lembrando de tudo, eu vejo que nunca te esqueci. E nunca vou te esquecer. Desisti de tentar. Esse sentimento está dentro de mim. E de onde você estiver, saiba que vou amá-lo até o último segundo da sua vida.


Thaianny Melo

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